A IMPORTÂNCIA DA REDUÇÃO DO TEMPO DE JEJUM PRÉ-OPERATÓRIO: UMA REVISÃO LITERÁRIA
Resumo
Introduções: Durante o processo de indução anestésica ocorre inconsciência e diminuição dos reflexos de proteção da via aérea. Para minimizar o risco de aspiração do conteúdo gástrico, a restrição alimentar é recomendada para os pacientes que serão submetidos ao processo de cirurgia. Na tentativa de reduzir os danos peri-operatórios, os protocolos de jejum pré-operatório elaborados mais recentemente sugerem períodos amenos de jejum, principalmente para líquidos, permitindo um maior conforto ao paciente e menor risco de hipoglicemia e desidratação. Objetivos: O presente trabalho possui como objetivo realizar uma revisão da literatura, reafirmando as novas condutas a respeito do tempo de jejum pré-operatório, garantindo uma indução anestésica segura e chances reduzidas de broncoaspiração. Métodos: Após a escolha do tema foi realizada uma pesquisa na base de descritores no Portal da BVS. A seguir, foram selecionados 15 artigos encontrados após pesquisa no PubMed e Scielo. Resultados: O tempo de jejum prolongado de 8 a 12 horas utilizado antigamente parou de ser utilizado, pois, os estudos confirmaram que líquidos claros que contêm carboidratos, entretanto, são ausentes de proteínas e gorduras podem ser ingeridos em até duas horas antes da cirurgia sem aumentar os riscos de aspiração pelo paciente durante a indução anestésica. Além disso, foi comprovado que este processo reduz a glicemia, menor resistência insulínica, diminui a perda de massa muscular e reduz o tempo de permanência hospitalar. Sendo assim, as recomendações atuais indicam um período de jejum mínimo de 2h para líquidos claros, 4h para o leite materno, 6h para o leite não humano ou refeição leve e 8h para alimentos gordurosos. Conclusões: Uma diminuição do tempo de jejum pré-operatório é benéfica ao paciente em diversos aspectos, pois, a ingestão de líquidos claros até duas horas antes do procedimento cirúrgico está associada com a diminuição de resistência insulínica, da perda de massa muscular, uma melhora nas defesas antioxidantes e uma redução no tempo de internação hospitalar. Isto ocorre sem o aumento no risco de broncoaspiração e complicações infecciosas durante o processo de indução anestésica e cirurgia.
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