ESTUDO RETROSPECTIVO (2018-2019) DE CASOS SUSPEITOS DE ERLIQUIOSE CANINA ATENDIDOS NA CLÍNICA-ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA DO UNIFESO

Autores

  • Gabriela Klen Fonseca Klen Fonseca UNIFESO
  • Bethânia Ferreira Bastos UNIFESO
  • Cecília Riscado Pombo UNIFESO
  • Tatiana Didonet Lemos UNIFESO

Palavras-chave:

Erliquiose. Hemoparasitose. Riphicephalus sanguineus

Resumo

A erliquiose é uma doença infecciosa emergente e de ampla distribuição. É causada pela riquétsia Ehrlichia canis e transmitida aos cães pela picada do carrapato Riphicephalus sanguineus. O presente estudo objetivou quantificar e traçar o perfil clínico e hematológico dos casos suspeitos de erliquiose canina. Foi realizado um estudo retrospectivo na Clínica-Escola de Medicina Veterinária do Unifeso, dos animais atendidos no Projeto Saúde Animal, entre o período de março de 2018 a novembro de 2019. Neste período, 784 cães foram atendidos e 49 foram classificados como suspeitos de erliquiose. Destes 49, apenas em dois foram encontradas mórulas sugestivas de Ehrlichia sp através de esfregaço sanguíneo. Dos casos suspeitos, verificou-se maior ocorrência em cães machos (55,10%), com idade entre um a quatro anos (36,73%). Em relação à raça, a maioria dos cães eram sem raça definida (83,67%). As principais alterações clínicas encontradas foram anorexia (16,33%), apatia (18,37%), anemia (18,37%) e esplenomegalia (20,40%). Já as alterações hematológicas mais evidenciadas foram anemia normocítica normocrômica (28,57%), trombocitopenia (26,53%), monocitopenia (43,49%) e neutrofilia (16,33%). O estudo evidenciou um grande número de casos sugestivos de erliquiose canina na clínica médica veterinária, tendo a prevalência de 6,25% os atendimentos totais no período estudado. Assim, é primordial ressaltar a importância da profilaxia, envolvendo a prevenção contra carrapatos, os transmissores da doença.

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Publicado

2021-12-09

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Artigos