SOBREPOSIÇÃO DA SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON E NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA EM CÃO - RELATO DE CASO
Palavras-chave:
Síndrome de Stevens-Johnson. Necrólise Epidérmica Tóxica. Farmacodermia.Resumo
A Síndrome de Stevens Johnson e Necrólise Epidérmica Tóxica são farmacodermias que resultam de hipersensibilidade a
fatores precipitantes variados, como infecções por vírus, fungos, bactérias, neoplasias, componentes alimentares e idiopático,
sendo majoritariamente induzidas por fármacos. São reações mucocutâneas representadas por necrose epidérmica difusa com
extensas áreas de lesões ulceradas, vesicobolhosas e deslocamento epitelial podendo haver presença de máculas ou manchas
eritematosas generalizadas ou multifocais, que tendem a progredir para lesões necróticas. Os fármacos mais frequentemente
implicados são os antibióticos, notadamente os ß-lactâmicos e as sulfamidas; anticonvulsivantes aromáticos e a substância
d-limoneno comumente utilizada para combate às pulgas. O diagnóstico é clínico apoiado pelo exame histopatológico que
evidencia a apoptose dos queratinócitos e necrose da epiderme. O tratamento consiste na correção da causa subjacente e a
terapêutica de suporte. No entanto a terapia com fármacos específicos vem ganhando atenção. O objetivo deste trabalho é
relatar um caso de sobreposição da síndrome de Stevens-Johnson/necrólise epidérmica tóxica em um canino, sem raça definida,
de 13 anos de idade. O paciente apresentava lesões extensas, supuradas e crostosas no dorso e havia histórico prévio de
administração de enrofloxacina e meloxicam instituídos no pós-operatório de correção de hérnia perineal. O exame histopatológico
das lesões cutâneas sugeriu necrólise epidérmica tóxica. A abordagem destes pacientes exige diagnóstico rápido,
identificação e suspensão do fármaco suspeito, avaliação do prognóstico, terapêutica de suporte, internação e seguimento
ambulatorial. Assim, o reconhecimento é fundamental para uma intervenção precoce, visando diminuir a elevada morbimortalidade.
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