HIPERADRENOCORTICISMO ATÍPICO EM CÃO – RELATO DE CASO
Palavras-chave:
Cushing Atípico. Canino. 17-α-hidroxiprogesterona.Resumo
O Hiperadrenocorticismo é uma das endocrinopatias que mais acomete os animais da espécie canina, sobretudo os idosos, e que se desenvolve tipicamente em decorrência do aumento nos níveis de cortisol no sangue, podendo ser classificado como espontâneo (Hipófise-Dependente ou Adrenal-Dependente) ou iatrogênico. O Hiperadrenocorticismo Atípico ocorre quando o animal apresenta os sinais clínicos do hipercortisolismo e alterações em exames laboratoriais e de imagem que condizem com a doença, entretanto, os testes hormonais comumente utilizados para confirmar o diagnóstico apresentam níveis de cortisol dentro dos valores de referência. A forma atípica está associada ao aumento nos níveis sanguíneos de precursores do cortisol, em especial, a 17-α-hidroxiprogesterona. O presente trabalho visa relatar o caso de um animal da espécie canina, fêmea, castrada, da raça Maltês, que foi diagnosticado com Hiperadrenocorticismo Atípico aos 10 anos de idade. O animal apresentava poliúria, polidipsia, polifagia, abdome abaulado, letargia, ruídos respiratórios, olhos secos e alterações dermatológicas. Nos exames laboratoriais, apresentou aumento na concentração sanguínea de fosfatase alcalina, triglicerídeos e colesterol, entre outras alterações encontradas no Hiperadrenocorticismo. Foi realizado o Teste de Supressão com Dose Baixa de Dexametasona e o Teste de Estimulação por Hormônio Adrenocorticotrófico (ACTH), contudo, os resultados não foram conclusivos. O diagnóstico foi confirmado através da realização de um painel hormonal associado ao Teste de Estimulação por ACTH, evidenciando aumento sérico da 17-α-hidroxiprogesterona. No presente relato, o tratamento com trilostano com doses até quatro vezes inferiores a menor dose indicada na bula, demonstrou melhora clínica do animal.Referências
Dyce KK, Sack MO, Wensing CJG. As Glândulas
Endócrinas. In: Dyce KM, Sack MO, Wensing CJG.
Tratado de Anatomia Veterinária. 4ªed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. p.216-222.
Klein BG. Glândulas Endócrinas e Suas Funções. In:
Klein BG. Cunningham Tratado de Fisiologia Veterinária. 5ªed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p.374-
Goff JP. Sistema Endócrino. In: Reece WO. Dukes –
Fisiologia dos Animais Domésticos. 13ªed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p.599-635.
Behrend EM, Kennis R. Atypical Cushing’s syndrome in dogs: arguments for and against. Vet Clin
North Am Small Anim Pract. 2010; 40(2):285-296.
Herrtage ME, Ramsey IK. Hiperadrenocorticismo
em Cães. In: Mooney CT, Peterson ME. Manual de
Endocrinologia em Cães e Gatos. 4ªed. São Paulo:
Roca, 2015. p.254-289.
Marco V. Hiperadrenocorticismo Canino. In: Jericó
MM, Neto JPA, Kogika MM. Tratado de Medicina
Interna de Cães e Gatos. 1ªed. Rio de Janeiro: Roca,
p.1691-1703.
Nelson RW, Couto CG. Doenças da Adrenal. In:
Nelson RW, Couto CG. Medicina Interna de Pequenos Animais. 5ªed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
p.824-862.
Hill K. Primary Functioning Adrenal Tumors Producing Signs Similar to Hyperadrenocorticism Including Atypical Syndrome in Dogs. In: Rand J,
Behrend EN, Gunn-Moore, D, Campbell-Ward, M.
Clinical Endocrinology of Companion Animals.
ªed. Ames: Wiley-Blackwell, 2013. p.65-70.
Greco DS. Hyperadrenocorticism associated with
sex steroid excess. Clin Tech Small Anim Pract.,
; 22(1):12-17.
Frank LA, Henry GA, Whittemore JC, Enders BD,
Mawby DI, Rohrbach BW. Serum cortisol concentrations in dogs with pituitary-dependent hyperadrenocorticism and atypical hyperadrenocorticism. J
Vet Intern Med. 2015; 29(1):193-199.
Behrend EN. Canine Hyperadrenocorticism. In:
Feldman EC, Nelson RW, Reusch C, Scott-Moncrieff JC. Canine and Feline Endocrinology. 4ªed. Missouri: Elsevier, 2015. p.377-451.
Marçal M. Avaliação do Perfil Clínico, Diagnóstico
e Resposta ao Tratamento Médico em Cães com Hiperadrenocorticismo: 122 Casos (2007-2016). Porto
Alegre, 2017. 41f. Monografia. [Graduação em Medicina Veterinária] Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, 2017.
Ramsey I, RISTIC J. Diagnosis of Canine Hyperadrenocorticism. In Practice. 2007; 29(8):446-454.
Williams DL, Pierce V, Mellor P, Heath MF. Reduced tear production in three canine endocrinopathies.
J Small Anim Pract., 2007; 48(5):252-256.
Champagne ES. Ceratoconjuntivite Seca. In: Tilley
LP, Smith FWK. Consulta Veterinária em 5 Minutos: Espécies Canina e Felina. 5ªed. Barueri: Manole,
p.199.
Frank LA. Comparative dermatology – canine endocrine dermatoses. Clin Dermatol. 2006; 24(4):317-
Nichols R, Peterson ME. Pesquisa de Poliúria e Polidipsia. In: Mooney CT, Peterson ME. Manual de
Endocrinologia em Cães e Gatos. 4ªed. São Paulo:
Roca, 2015. p.325-334.
Peterson ME. Diagnosis of Hyperadrenocorticism in
Dogs. Clin Tech Small Anim Pract. 2007; 22(1):2-
Martins RCB, Jericó MM. Uso de baixa dose de
ACTH sintético no teste de estimulação da função
adrenal para o diagnóstico e controle do hiperadrenocorticismo canino: avaliação da eficácia diagnóstica. Pesq Vet Bras. 2017; 37(3):241-247.
Fowler KM, Frank LA, Morandi F, Whittemore JC.
Extended low-dose dexamethasone suppression test
for diagnosis of atypical Cushing’s syndrome in
dogs. Domest Anim Endocrinol. 2017; 60:25-30.
Ristic JM, Ramsey IK, Heath FM, Evans HJ, Herrtage, ME. The use of 17-hydroxyprogesterone in the
diagnosis of canine hyperadrenocorticism. J Vet Intern Med. 2002; 16(4):433-439.
Benitah N, Feldman EC, Kass PH, Nelson RW. Evaluation of serum 17-hydroxyprogesterone concentration after administration of ACTH in dogs with
hyperadrenocorticism. J Am Vet Med Assoc. 2005;
(7):1095-1101.
Plumb DC. Plumb’s Veterinary Drug Handbook.
ªed. Winsconsin: Wiley-Blackwell, 2018. p.1180-