RUPTURA VESICAL PARCIAL SECUNDÁRIA À OBSTRUÇÃO URETRAL EM FELINO – RELATO DE CASO

Resumo

A obstrução uretral é considerada uma emergência urológica na clínica de felinos, que pode ter evolução fatal caso o fluxo urinário não seja restabelecido rapidamente. Acomete com maior frequência machos, devido à particularidade da uretra masculina. A doença é de etiologia multifatorial podendo ter causa mecânica, anatômica ou funcional. Manifesta-se comumente com alterações clínicas, como estrangúria, disúria, vocalização, lambedura excessiva de região perianal. E em casos mais graves pode haver uremia, com sinais de letargia, anorexia, emese, diarreia, hipotermia, acidose metabólica, hiperventilação e distúrbios eletrolíticos. O diagnóstico é realizado a partir do exame clínico do paciente, histórico, anamnese, exames de imagem e laboratoriais. O tratamento consiste na fluidoterapia intravenosa, analgesia, restabelecimento do fluxo urinário e correção de possíveis alterações sistêmicas e locais. A intensa distensão de vesícula urinária, pode ocasionar ruptura da mesma, agravando ainda mais o quadro. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de ruptura de vesícula urinária secundária à obstrução uretral em um felino, macho, sem raça definida, castrado. O paciente foi submetido a castração e não realizou o pós-operatório mediato corretamente, tendo acesso à rua e sem a utilização dos medicamentos prescritos. Sete dias após o procedimento cirúrgico manifestou dificuldade para urinar, vômitos e prostração, apresentando quadro de obstrução uretral. Os exames laboratoriais demonstraram intensa azotemia decorrente da obstrução e a ultrassonografia sugeriu possível ruptura de vesícula urinária. A abordagem destes pacientes exige diagnóstico e tratamento rápidos, sendo fundamental a intervenção precoce, com a finalidade de diminuir a mortalidade.