BIOLOGIA MOLECULAR NO DIAGNÓSTICO DE RANGELIOSE EM CÃES – RELATO DE CASO
Palavras-chave:
Palavras-chave, Rangelia vitalii. Anemia. PCR.Resumo
A rangeliose, causada pelo protozoário Rangelia vitalii, é uma doença de alta importância e
recorrência na clínica de pequenos animais, sendo consequência muitas vezes de descuidos em relação
às medidas profiláticas e do ambiente em questão. O sinal clínico de destaque é o sangramento da orelha
acompanhado de um quadro anêmico, visto que o mecanismo de proliferação da doença opera de tal
maneira que ocorre a lise dos eritrócitos do hospedeiro. Os animais mais acometidos geralmente são
cães que convivem com carrapatos, que são os vetores da doença. O objetivo deste trabalho é relatar um
caso de rangeliose canina em um cão, macho, da raça Dogue de Bordeaux com 8 anos de idade. O paciente
apresentou os seguintes sintomas: pirexia, região hepática e esplênica aumentadas, apatia, falta de
apetite prolongada, êmese e sangramento nas orelhas, boca e mamilos. Quanto aos exames laboratoriais,
no primeiro hemograma foi observado: leucocitose, linfopenia, neutrofilia e trombocitopenia. No exame
de bioquímica sérica, foi constatada apenas hiperglicemia. Na microscopia do esfregaço sanguíneo em
aumento de 1000x, foi observada a presença de inclusões com morfologia compatível com piroplasmídeo
intra-eritrocitário, que posteriormente foi diagnosticado como rangeliose canina através do exame
PCR (Polymerase Chain Reaction) e sequenciamento gênico. Diante de quadros clínicos e visualizações
microscópicas como estas, é necessário ressaltar a importãncia do exame PCR e o sequenciamento gênico,
visto que a rangeliose canina pode ser facilmente confundida com outra doença que possua aspectos
semelhantes, como a babesiose por exemplo.
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