EDITORIAL
Resumo
Em um país que tem uma das maiores biodiversidades do Mundo, para nós, ainda é desafiador
entender a real condição dos seres que integram a nossa sociedade, porque na jornada de pouco mais de
5anos da descoberta do Brasil, nos deparamos com espécies e com interações nunca antes conhecidas.
Se, hoje, podemos vislumbrar um Brasil que movimenta um dos maiores mercados produtores
de proteína animal (bovino, suíno, avícola), vegetal (milho, soja, cana e seus subprodutos) e o mineral
embora mais extrativistas, e nesse sentido e momento de reflexão, podemos nos apropriar das palavras
de Joaquim Francisco de Assis Brasil “O Rio Grande do Sul será sempre, enquanto quiser e saber sê-lo,
o grande celeiro do Brasil: a lavoura e a criação devem ser irmãs e sócias inseparáveis”.
Portanto, diante dos eventos climáticos atuais naquela região e nos reportando ao acontecido na
região serrana do Rio de Janeiro, na litorânea de São Paulo e pantaneira dos estados do Mato Grosso em
tempos recentes, parece–nos evidente que não estivemos considerando o “saber sê–lo”, com relação ao
uso adequado do ambiente para os diversos fins.
Por isso, vemos como é árduo e grandioso o caminho para se trabalhar com a Natureza em suas
diferentes possibilidades de exploração. Aqui, nos deparamos com questões de destruição de habitats,
sanitárias, éticas de toda natureza, como por exemplo, os estudos comparativos sobre substratos neurológicos
da consciência entre humanos e espécies não humanas, concluindo que a ausência de neocórtex
não impede que um organismo experimente estados afetivos.
Dessa maneira, surgem e ou são estimulados grupos de estudos e ações dentro do Centro Universitário
Serra do Órgãos com o objetivo de desenvolver e promover o bem-estar ambiental, animal e social.
A publicação de assuntos variados nesta revista iluminadora, cativante e até bem humorada sobre a
Ciência Médica Veterinária nos leva ao conhecimento de como as disciplinas são encorajadoras do saber
para que o profissional busque desenvolver o uso racional dos recursos naturais de modo a minimizar a
oportunidade de ocorrência de eventos climáticos da magnitude que observamos em tempos recentes,
que levam à destruição dos delicados mecanismos regulatórios dos processos ecológicos vitais e, de
como o próprio homem inclusive em nosso País, tem contribuído para esse agir sem o devido conhecimento
e consideração nos seus diferentes ecossistemas.
Isso nos leva à Humboldt (1812) ao escrever que “A natureza tinha que ser conhecida em primeira
mão e vivenciada por meio de sentimentos” ou para o que disse Wilson (1994) “O homem tende a se sentir
bem quando está em habitats similares àqueles em que evoluiu.” O mesmo valendo para os animais e as
plantas e dessa forma bem demonstradas no imenso e aprazível Campus Quinta do Paraíso do UNIFSO,
que atende aos interesses coletivos ao estimular e promover a saúde e o bem-estar animal e ambiental.
Com renovado entusiasmo, convidamos a todos para uma leitura atenta e prazerosa dos diversos
artigos que compõem esta criteriosa edição da Revista de Medicina Veterinária do UIFESO.