DIREITO DIGITAL, CRIMES VIRTUAIS E EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA: Uma Conjectura Cognitivista Moral

Autores

  • Arthur Santana de Paulo Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Educação Tecnológica, Desenvolvimento Moral, Crimes virtuais

Resumo

No presente trabalho foi analisado o cenário jurídico correlato à utilização das tecnologias de comunicação e informação contemporâneas. Com a evolução dessas ferramentas, a transmissão e o alcance das informações adquiriram grandes proporções. Essa nova perspectiva ensejou a necessidade de reanálise de paradigmas tanto jurídicos como educacionais vigentes, uma vez que, não obstante essas tecnologias promoverem inúmeros avanços no processo de aquisição de conhecimentos, a sensação de anonimato que o distanciamento físico proporciona, bem como aproximação virtual e o seu conseqüente choque cultural, transformaram-nas em um meio fértil à emergência de delitos contra a honra e à privacidade, condutas racistas, crimes de natureza sexuais, pedofilia, dentre outros. Nesse sentido, conjectou-se acerca da possibilidade da formação moral dos usuários desses meios de comunicação, como forma de prevenir a prática dessas condutas tão violadoras da dignidade humana. Assim, a pesquisa em tela buscou demonstrar o papel das competências morais no âmbito da educação tecnológica, visando propor mecanismos que compatibilizem os avanços nessa seara com os direitos fundamentais dos usuários.

Biografia do Autor

Arthur Santana de Paulo, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutorando em Bioética; em Ética Aplicada e; em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2015-2019); Mestre em Bioética; em Ética Aplicada e; em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2014-2015);Graduado em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2013); Pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Cândido Mendes (2013-2014); Pós-graduado em Educação Tecnológica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - CEFET-RJ (2014-2016). Sua Pesquisa possui ênfase nas áreas de Direito, Neurociências, Bioética, Ética Aplicada, Filosofia e Biodireito, no qual estuda as implicações dos avanços neurocientíficos na seara do Direito e da Ética. Atualmente é servidor do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Representou Juiz de Fora como um dos condutores da tocha olímpica nas Olímpiadas Rio-2016.

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Publicado

2019-12-30

Edição

Seção

Artigos DACHT