ESCABIOSE: AS POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES E ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO

Autores

  • Suzana Souza Demarque CENTRO EDUCACIONAL SERRA DOS ORGAOS
  • Carlos Pereira Nunes CENTRO EDUCACIONAL SERRA DOS ORGAOS

Resumo

Introdução:A Escabiose tem prevalência de 10% e afeta todas as camadas sociais expondo todos esses grupos a riscos de mortalidade e morbidade tanto através de efeitos diretos quanto por efeitos indiretos. Em 2013, sarna foi considerada uma das doenças tropicais negligenciadas. Sua transmissão ocorre através do contato direto e seu diagnóstico é preferencialmente clinico. O tratamento pode ser realiza tanto por medicações tópicas quanto sistêmicas. As principais complicações são infecções secundárias e prováveis prejuízos sociais impostos pela doença. Suas complicações são pouco expostos sendo necessários maiores divulgações sobre sua ocorrência e forma de condução. Objetivos: Apresentar a escabiose e suas possíveis complicaçõese manejo. Métodos: Foi realizada uma revisão bibliográfica. Pesquisa foi realizada em cinco bases de dados e foram encontrados 790 artigos após critérios de inclusão e exclusão. Destes, 19 artigos de relevância estatística foram selecionados através da leitura de título por contemplarem o tema totalmente.Discussão:Os sintomas ocasionam morbidade por piorar a qualidade de vida do indivíduo sendo alterações do sono presente em até 72% dos pacientes. As infecções secundárias podem predispor a seqüelas não supurativas e supurativas graves. Dentre as complicações não supurativas destaca-se a glomerulonefrite que ao promover insultos ao rim pode levar a doença renal crônica e insuficiência renal na fase adulta.Outras possíveis complicações são bacteremia, principalmente por S. aureus, e febre reumática. O fardo econômico imposto sobre o indivíduo, a família, comunidade e sistema de saúde é outro aspecto que deve ser levando em consideração em relação a agravos da patologia. Diversos estudos e formas de tratamento foram propostos sendo que o tratamento em massa indicou ótimos resultados em reduzir a prevalência e incidência de escabiose. Conclusão: Parece obvio que a escabiose, considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma doença tropical negligenciada, pode promover sérios prejuízos a saúde e a qualidade de vida do indivíduo infectado. As complicações levar a prejuízos mantidos para o resto da vida do indivíduo. Os tratamentos em massa são eficazes em reduzir a prevalência e a incidência da doença, e consequentemente de suas complicações, sendo considerados como uma importante estratégia de intervenção sobre a doença.

Biografia do Autor

Carlos Pereira Nunes, CENTRO EDUCACIONAL SERRA DOS ORGAOS

Professor do Curso de Medicina do UNIFESO

Referências

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias / guia de bolso. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

Hay R, Steer A, Engelman D, Walton S. Scabies in the developing world—its prevalence, complications, and management. Clin Microbiol Infect.2012;e18:313–323.

Liu X, Walton S, Mounsey K. Vaccine against scabies: Necessity and possibility. Parasitology.2014;141(6):725-732.

Engelman D, Kiang K, Chosidow O, McCarthy J, Fuller C, et al. Toward the global control of human scabies: introducing the International Alliance for the Control of Scabies. PLoSNeglTropDis.2013;7:e2167.

Menezes F, Correa V, Correa L, Pasternak J. Protocolo de Avaliação e Controle dos Casos de Escabiose no Residencial Israelita Albert Einstein. Albert Einstein hospital Israelita.2010.

Heukelbach J, Oliveira FA, Feldmeier H. Ecoparasitoses and public health in Brazil: challenges for control. Cad Saude Publica.2003;e19:1535–1540

Edison L, Beaudoin A, Goh L, et al. Scabies and bacterial superinfection among American Samoan children, 2011–2012. PLoS One.2015;e0139336.

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Dermatologia na Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à demanda espontânea. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

Monsel G, Chosidow O. Management of scabies. Skin Ther Lett. 2012;e17:1–4.

Karimkhani C, Colombara D.V, Drucker A.M, Norton S.A, Hay R, Engelman D, Steer A, Whitfeld M, Naghavi M, Dellavalle R.P. The global burden of scabies: A cross-sectional analysis from the Global Burden of Disease Study 2015. Lancet Infect. 2017;e17:1247–1254.

Feldmeier H, Heukelbach J. Epidermal parasitic skin diseases: a neglected category of poverty-associated plagues. Bull World Health Organ. 2009;87:152–159.

McCarthy JS, Kemp DJ, Walton SF, Currie BJ. Scabies: more than just an irritation. PostgradMed J. 2004;e80:382-7.

Bowen AC, Tong S, Chatfield MD, Carapetis JR. The microbiology of impetigo in Indigenous children: associations between Streptococcus pyogenes, Staphylococcus aureus, scabies, and nasal carriage. BMC Infect Dis. 2014;e14:3854.

Chung SD, Wang KH, Huang CC, Lin HC. Scabies increased the risk of chronic kidney disease: a 5-year follow-up study. J EurAcadDermatolVenereol. 2014;28(3):286–92.

Hewagama S, Einsiedel L, Spelman T. Staphylococcus aureus bacteraemia at Alice Springs Hospital, Central Australia, 2003-2006. Intern Med J. 2012;42:505–512.

Marks M, Wini B, Satorara L, et al. Long term control of scabies fifteen years after an intensive treatment programme. PLoSNegl Trop Dis 2015;9e0004246

Downloads

Publicado

2019-05-06

Edição

Seção

Artigos